quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Resumos de Textos

O País do Carnaval

Primeiro romance de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas 18 anos, na década de 1930. A crítica fez bons elogios ao escritor que surgia.
A personagem principal, Paulo Rigger, homem novo, recém formado, chega da Europa de navio e nele conhece personalidades que discutem a realidade da época que atravessa a Europa e o Brasil. No navio também conhece uma moça muito bonita e uma noite ela o convida para seu camarote, porém, ele se dá conta de que se trata de uma meretriz ou mulher da vida, vinda da França que o leva a pensar no que seria a verdadeira felicidade. Se os prazeres da carne ou uma vida pacífica e tranqüila no verdadeiro amor que não é carnal e sim, puro sentimento. Ele a deixa esperando no quarto e ela se sente a pior das espécies. Neste momento, o escritor faz com que o leitor reflita sobre o verdadeiro sentimento do amor.
Quando chega ao Brasil, desembarca na cidade do Rio de Janeiro em plena época de carnaval. Ele se contagia com a alegria do povo e quer descobrir tudo deste país que para ele é o país do carnaval e a toda hora ele repete a mesma frase. “Este é o país do carnaval”. Simplesmente pelo fato de que tudo acaba em festa. Só que o país neste período está passando por serias transformações tanto políticas como econômicas. O autor sutilmente dá a entender que vai haver uma revolução, que há discussão política em vários setores e fala na possível eleição de Julio Prestes para Presidente da República e também nos “getulistas” e a oposição ao governo, sem deixar transparecer qualquer opinião política pessoal. Somente para posicionar o leitor sobre a verdadeira realidade do Brasil.
Rigger vai para o Estado da Bahia e lá reencontra a família. Seu pai já não existia mais. Ele enviara seu filho para estudar na Europa com a finalidade de que depois ele continuasse com os negócios da família. Porém, Paulo se formara em Direito e longe de querer seguir os planos do pai, ele procurava a verdadeira felicidade a que seria na cidade, longe da fazenda. Conversa com sua mãe e volta para a cidade.
Na cidade ele conhece várias personalidades, entre escritores, poetas e deputados e faz amizade com eles. Todos dizem que a verdadeira felicidade e o sentido da vida são alcançados de maneira diferente. Para uns é na calma do casamento, para outros é na religião e sua fé, outros dizem que é através da Filosofia e na meditação, outros nos prazeres da carne e outros, que se vive por viver e que não se deve tentar procurar o porquê da existência humana.
As personagens passam por muitos conflitos existenciais, cada uma tentando desvendar o sentido da própria existência. Na Bahia, Rigger e seus amigos fundam o jornal Estado da Bahia e cada um deles exerce um papel importante na edição do jornal. Paulo ganha uma coluna na qual escreve algumas crônicas. Ele conta também a respeito da rotina interna do jornal e dos conflitos entre os dois sócios principais.
Um dia, visitando uma igreja, Rigger conhece uma moça que está acompanhando a missa. Os dois conversam e combinam de se encontrar. Ele se apaixona e se deixa levar pelo sentimento que parece ser o verdadeiro amor. Estando nas vésperas de seu noivado a garota lhe conta um segredo que sempre tivera medo de lhe contar por que pensava que ao revelá-lo ele a deixaria para sempre. Ela conta a Paulo que não era mais moça e que tinha sido enganada por outro rapaz. Paulo sente-se desencantado por que descobre que a mulher de sua vida não era mais pura e desmancha o noivado com ela. Um tempo depois se dá conta que talvez tivesse encontrado a verdadeira felicidade e a deixara passar. Arrependido de ter falhado com seu amor, muito tempo depois procura por sua noiva e descobre que o tempo passara rápido e ela estava de casamento marcado com outro. Lera os proclames do casamento e isso o deixara desgostoso da vida.
Muitas coisas acontecem para os amigos de Paulo. Um deles casa e vai morar em outra cidade deixando a dúvida sobre se o casamento seria realmente o achado da verdadeira felicidade. Outro amigo falece e é justamente aquele que sempre filosofava e dizia que quem vem ao mundo não tem que procurar pela razão de sua existência. Situações levam Rigger sempre a dizer, “este é o país do carnaval”. Porém, um desânimo se abate sobre ele. Já não é mais o mesmo Rigger que chegara da Europa para desvendar sua terra natal. Ele que pensara ser um escritor conhecido, realizar alguma grande obra, não fizera nada e vários anos se passaram sem obter grandes resultados. Chegara ao Brasil num dia sábado de carnaval, alegre e feliz, e sua vida interior desmoronara com o tempo. Sentia-se velho e cansado, sem vontade de viver. A vida não era o que ele pensava ser e precisava voltar para a Europa para recuperar suas forças. Convence sua mãe a viajar com ele para o velho mundo. Sai do Brasil justamente num dia Domingo de carnaval e ele passa pelas pessoas alegres em ritmo de folia e, no entanto, está muito mal-humorado. Vai embora de navio pela Baia de Guanabara e ao ver o Cristo Redentor de braços abertos, ele se despede para não voltar por algum tempo.

Nenhum comentário: